O que são plantas adaptogénicas?

Planta Nativa do Mediterrâneo

Vitex agnus-castus, também conhecido como Árvore Castanha, Sauzgatillo ou árvore de pimenta falsa, é uma planta nativa da região do Mediterrâneo. Ela prospera em bosques frescos e ao longo de rios, ravinas e até mesmo perto do mar.

Características Distintivas:

• Aparência: Vitex agnus-castus cresce como um arbusto que atinge alturas de 2 a 4 metros. É caducifólia e tem uma estrutura ramificada desde a base, emitindo um aroma agradável.
  
• Folhas: As folhas da planta são palmadas, com 5-7 lóbulos distintamente formados. São verdes na superfície superior e acinzentadas na parte inferior.
  
• Inflorescências: Vitex agnus-castus produz inflorescências que se estendem até 30 centímetros. Estas espigas são adornadas com cachos de flores azuis, violetas, branco-rosadas ou brancas, que normalmente florescem durante os meses de verão (junho-novembro). As flores assemelham-se a setas apontando para o céu.
  
• Família e Cores das Flores: Vitex agnus-castus foi anteriormente classificado na família Verbenaceae, mas foi recentemente reclassificado na família Lamiaceae (Labiatae). As cores simbólicas das flores, azul e branco, representam pureza e transformação, razão pela qual ambas as cores são incorporadas na essência floral usada no corante (ver foto).
  
• Frutificação: A frutificação ocorre entre setembro e novembro. Os frutos são drupas globosas que amadurecem para um tom enegrecido. Eles são amplamente envoltos pelo cálice persistente.

Vitex é o nome do género do alecrim-de-angola, derivado da palavra latina "viere", que significa "trançar" ou "tecer", aludindo aos ramos flexíveis da planta, que eram tradicionalmente usados para fazer cestos.

O epíteto específico, "agnus-castus", é uma latinização das palavras gregas "agnos" (que significa "cordeiro") e "castus" (que significa "casto"), refletindo o uso histórico da planta por monges para ajudar a manter a castidade e controlar o desejo sexual.

Esta ligação etimológica destaca as bases patriarcais da nossa sociedade, uma vez que o uso principal da planta foi documentado por monges que tinham a literacia e o conhecimento para escrever tratados sobre ervas. Para estes monges, o alecrim-de-angola era visto como um meio de suprimir a libido e facilitar o celibato.

No entanto, o uso principal e mais difundido do alecrim-de-angola tem sido para tratar desequilíbrios hormonais e questões relacionadas em mulheres. Esta aplicação mais ampla destaca os potenciais benefícios terapêuticos da planta para um leque mais vasto de indivíduos.

• Os frutos desta planta têm sido usados desde os tempos antigos para uma ampla variedade de distúrbios ginecológicos.
• Na "Ilíada", Homero menciona a planta como um "símbolo de honestidade". Plínio, Dioscórides e Galeno também descrevem o uso dos seus frutos. Já no século IV a.C., Hipócrates escreveu sobre as propriedades do Vitex, recomendando o seu uso em banhos de assento para distúrbios uterinos.
• Para os antigos gregos, era o símbolo auspicioso nas suas celebrações da deusa Deméter, ligada à agricultura, fertilidade e amor maternal. A deusa Deméter representa a Mãe Terra, celebrando a abundância de frutos e nutrição. O arquétipo da Mãe, a Cuidadora, é predominante no Vitex. Coincide com a espagiria, onde a planta corresponde à Lua, com qualidades maternais. Muitas mulheres reconhecem tomá-la como uma guardiã para estabelecer limites e apoiar com amor incondicional.
• Ao mesmo tempo, o Vitex promove ciclos menstruais regulares, a produção e maturação ótimas dos óvulos e aumenta os níveis de progesterona, a hormona da nidificação e gestação. A progesterona, tão escassa nos dias de hoje, é a hormona feminina por excelência: é relaxante e aguça a sensibilidade, a intuição, a comunhão e o amor pela Vida. Também chamada de "hormona da verdade".
• A fertilidade das mulheres e da terra estão ligadas, um reflexo de saúde e abundância.
• As sacerdotisas celebravam oito dias de festivais em honra da deusa Deméter, que se retirava no campo sem homens. Durante estes festivais, decoravam-se com flores de Vitex e dormiam em camas das suas folhas. Desta forma, recebiam e apreciavam o bem-estar proporcionado por esta bela planta, agora corroborado pela ciência. Sabemos que os princípios ativos se conectam com o neurotransmissor dopamina e promovem a secreção de endorfinas endógenas. Encontrei literatura que defende o uso de Vitex nestes retiros para poder controlar o desejo sexual por não estarem com homens que pudessem satisfazê-lo. Uma visão falocêntrica, pois certamente era o contrário.
• Está cientificamente provado que as mulheres, simplesmente ao acompanharem-se, secretam serotonina e oxitocina, tendo assim à sua disposição toda uma sinfonia de hormonas de relaxamento, prazer e amor.
• Na Grécia Antiga, era normal para os homens terem relações bissexuais, e embora nada se saiba sobre as mulheres, podemos assumir que também era assim. A história das mulheres não está oficialmente documentada e o uso que as mulheres deram na Idade Média perdeu-se, mantendo-se a ideia de que as mulheres são inferiores aos homens. Mulheres sábias que conheciam os poderes das plantas foram acusadas de serem bruxas e a maioria foi executada pela "santa inquisição". Estima-se que na Europa 9 milhões de mulheres foram exterminadas. Não parece importante que nós, mulheres, nos sintamos completas, felizes e poderosas, a história de Vítex é a história das mulheres.

• Glicosídeos iridoides: aucubina e agnusida
• Óleos essenciais: cineol, alfa-pineno, beta-pineno, e limoneno
• Flavonoides: casticina (principal ingrediente ativo), kaempferol, quercetina
• Vitecina: melhora a função da tiroide

• A Agência Europeia de Medicamentos inclui o Vitex no Guia Terapêutico de Plantas Medicinais. A Alemanha foi o primeiro país a aprovar o seu uso para irregularidades do ciclo menstrual e Síndrome Pré-Menstrual (SPM) e a sua prescrição é amplamente difundida entre médicos de família e ginecologistas alemães.
• A tintura é recolhida como uma forma tradicional de tomar Vitex AC, numa proporção de 1:5 de planta para álcool.
• O uso moderno desta planta remonta à década de 1950, quando o seu estudo científico começou na Europa, destacando-se a pesquisa do Dr. Gerhard Madaus, que produziu pela primeira vez um extrato padronizado dos frutos secos de Vitex.
• Desde então, o seu uso tornou-se generalizado para tratar vários distúrbios femininos, incluindo: amenorreia, infertilidade, problemas de lactação, seios fibrocísticos, dor nos seios, miomas uterinos, quistos nos ovários, síndrome pré-menstrual, afrontamentos da menopausa, distúrbios menstruais, acne. …
• Tem sido usada há milhares de anos, tanto na Medicina Tradicional Mediterrânica, como na Medicina Tradicional Chinesa e na Medicina Ayurveda. Isto é o que melhor apoia os seus benefícios.
• De acordo com o naturopata Mark Stengler no seu livro "Os Tratamentos Curativos dos Médicos Naturopatas", é uma das melhores plantas para o tratamento de distúrbios femininos devido à sua versatilidade, ele cita "é a melhor amiga das mulheres".
• Em relação aos efeitos sobre a libido, os efeitos anafrodisíacos da planta não foram demonstrados em mulheres. A abordagem que indica que atua como um regulador hormonal é mais compreensível: nos monges, o desejo sexual diminuiu porque era muito alto, e nas pessoas que têm baixo, aumentou.

O Vitex exerce os seus efeitos na glândula pituitária, o controlador mestre das hormonas no corpo. Imita a ação da dopamina, um neurotransmissor que regula a produção de hormonas que estimulam os órgãos sexuais, conhecidas como gonadotrofinas.

O Vitex liga-se aos recetores de dopamina D2, inibindo a secreção de prolactina pela glândula pituitária. Isto leva a um aumento na produção de hormona luteinizante (LH), que por sua vez promove a libertação de progesterona durante a fase lútea do ciclo menstrual. Isto ajuda a restaurar o equilíbrio entre os níveis de estrogénio e progesterona, o que pode ser benéfico para mulheres com níveis baixos de progesterona.

Além disso, certos componentes do Vitex ligam-se aos recetores μ-opioides e β-estrogénicos. Esta interação estimula a produção de analgésicos naturais chamados endorfinas e aumenta a atividade fitoestrogénica da planta, que imita os efeitos do estrogénio no corpo.